
A última semana foi marcada por tempo mais seco em áreas do Sul do Brasil, fato que favoreceu o início da colheita da soja e milho verão no Rio Grande do Sul. Porém, na metade norte brasileira, as chuvas continuaram intensas e comprometem a qualidade da soja, principalmente em Mato Grosso, dificultando também o plantio da segunda safra de milho no Centro-Oeste.
Previsão no curto prazo
Os modelos climáticos norte-americano (GFS) e europeu (ECM) convergem sobre a continuidade das chuvas (indesejadas) em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com precipitações que variam de 50 a 100 milímetros até o fim de semana. Há também previsão de precipitações com volumes que devem atingir a faixa de 25 a 50 milímetros na região central da Argentina até o domingo, 20.


Mudança no padrão climático
Porém, atualizações mais recentes dos mapas climáticos dos EUA indicam que após o fim de semana, haverá uma notável mudança no padrão climático da América do Sul. Uma área de alta pressão irá impactar o clima na região neste fim de março e início de abril.
Essa mudança irá bloquear as chuvas na maior parte do Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul. Enquanto isso, precipitações irão atingir toda a parte nordeste da Argentina. A expectativa é que essa diminuição do tempo úmido ajude principalmente a colheita da soja e plantio do milho, com os trabalhos de campo podendo ser finalizados finalizar nos próximos 10 a 12 dias no Centro-Oeste.



Previsão para abril a junho
Nesta semana, o Instituto Internacional de Pesquisa do Clima (IRI) apresentou uma perspectiva de tempo seco em Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul de abril até junho. A estação chuvosa do Brasil atinge seus máximos níveis nos primeiros dias de março e começa a diminuir até abril.

Com isso, acende o alerta para a segunda safra de milho, que precisará de umidade para se desenvolver. O relevante agora será a velocidade de diminuição das chuvas para o cereal. A AgResource acompanha o comportamento deste novo padrão e sua duração, especialmente em Mato Grosso e Paraná, que terão definidas a produtividade do milho safrinha.
Estados Unidos
O mercado também começa a observar as condições climáticas para o plantio nos EUA. Nas planícies, as chuvas têm sido e serão benéficas. Em abril, precipitações adicionais irão elevar novamente a umidade do solo das planícies centrais e do meio-oeste, tradicional área produtora de grãos. Um padrão úmido até 30 de março é indicado para o país do norte.

O gráfico acima apresenta o registro de chuvas acumuladas os últimos 7 dias até esta terça- feira 16. As chuvas se desenvolveram amplamente conforme o esperado, com precipitações de 50 a 100 milímetros, favorecendo os estados de Kansas, Nebraska e pontos de dispersos de Texas e Oklahoma. O perfil de umidade melhorou com a adição de umidade, e por enquanto o padrão se mantém úmido (chuva/neve) até o final do mês.
Curto prazo
Outro sistema frontal ocorre nas planícies do leste, meio-oeste e Delta dos EUA nesta quarta, 17, a sexta-feira, 19, com volumes de chuvas que devem atingir entre 6 e 50 milímetros. As maiores quantidades devem atingir o leste de Kansas Missouri e Illinois.

Depois deste período a previsão indica leves no leste das planícies e centro-oeste norte-americano no período de 23 a 27 de março, com precipitação que deve atingir totais de 12 a 25 milímetros no leste de Oklahoma, leste de Kansas e todo o centro oeste. Se espera que esta última região acumule precipitações na Faixa de 50 a 100 milímetros durante o mês de março. A umidade do solo será restabelecida, embora um padrão prolongado de secura seja desejado em abril.


Longo prazo
Porém, o Instituto Internacional de Pesquisa do Clima (IRI) indicou um modelo preocupante para o verão norte-americano (junho-julho-agosto) em áreas do oeste e centro dos EUA, importante região produtiva do país. A AgResource observa que de abril ao final de agosto, a safra 2021 promete volatilidade no mercado.
