Os contratos futuros da soja e do milho abriram esta terça-feira, 2, no campo negativo. O mercado reflete a falta de fundamentos altistas no curto prazo, na espera do desenvolvimento das lavouras argentinas ou com a China mais agressiva na demanda.
Assim, fundos realizam suas posições na Bolsa de Chicago enquanto o avanço da colheita da soja no Brasil pressiona os vencimentos mais próximos.
Soja
- Março 21: US$ 13,88 (-4,4 cents/bushel)
- Maio 21: US$ 13,88 (-2,4 cents/bushel)
- Março 22: US$ 11,89 (-3,4 cents/bushel)
- Maio 22: US$ 11,82 (-3,2 cents/bushel)
Milho
- Maio 21: US$ 5,35 (-2,6 cents/bushel)
- Setembro 21: US$ 4,83 (-2 cents/bushel)
- B3 Março 21: R$ 88,20(+0,24%)
Comentário
O mercado da soja permanece volátil diante de incertezas climáticas no hemisfério sul, que ditam o tom de mínimas e máximas dos contratos futuros. No mercado físico, o setor permanece atento à continuidade de atraso de embarques, grande percentual de soja ardida e avariada em Mato Grosso, seca que se alastra no oeste do Rio Grande do Sul e perda de janela de plantio da segunda safra no Paraná. Enquanto isso, o Rio Grande do Sul caminha para a colheita de uma safra recorde.
Os prêmios da soja nos portos continuarão sob pressão, tirando a demanda chinesa da soja norte-americana e derrubando os contratos futuros para embarques curtos. Os fretes continuarão elevados conforme o gargalo logístico permanecer e diante da janela apertada dos embarques.
Estimamos que mais de 5 milhões de toneladas de embarques em fevereiro foram transferidas para março.
Soja em MT
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aumentou a projeção de produção de soja em Mato Grosso., saindo de 35,489 milhões para 35,737 milhões de toneladas. O novo número representa um recorde e crescimento de 0,94% ante o ciclo anterior.
A entidade manteve a previsão de área plantada, em 10,302 milhões de hectares, mas elevou a projeção de produtividade de 57,41 para 57,81 sacas por hectare.
Clima
Poucas chuvas foram registradas nas últimas 18 horas nas regiões produtoras da Argentina. As áreas de Córdoba, Santa Fé e Buenos Aires tiveram precipitações de no máximo 3 milímetros. Enquanto isso, as temperaturas seguem altas, entre 27ºC a 33ºC.
No Brasil, chuvas foram registradas principalmente em Mato Grosso do Sul, sudeste de Mato Grosso e no leste de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Os modelos climáticos norte-americano e europeu indicam chuvas acima do normal, com exceção do Rio Grande do Sul, fato que deve manter o plantio da segunda safra de milho em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná atrasado.
Enquanto isso, um padrão mais seco na Argentina segue no radar já que não há previsão de mudanças até 12 de março. Com isso, a safra do país vizinho pode se deteriorar ainda mais, principalmente porque um calor fora do comum deverá atingir as principais safras nas próximas duas semanas.
Prêmios
O mercado FOB brasileiro permaneceu sem negociações reportadas durante esta segunda-feira, 1. Os prêmios da soja FOB portos continuam pressionados, sendo registrados valores negativos para indicadores de embarques para março sobre o vencimento março na CBOT a -10 centavos / bushel.
Assim também os indicadores de venda apresentaram queda de 5 centavos/ bushel a +10 centavos/ bushel para embarques março no mesmo vencimento na CBOT em referência ao último indicador reportado.
O mercado FOB paper Paranaguá e Santos registraram negociações limitadas durante o dia, sem confirmações de compras adicionais para embarques próximos . Os motivos da pressão continuam sendo o atraso da colheita brasileira, que gera atrasos de embarques , o _lineup_ (programação de embarques nos portos) aumentando e a demanda da China quase ausente.
PAPER PARANAGUÁ
2021 (vendedor/ comprador)
- Março: +10 / -8
- Abril: +12 / 0
- Maio: +23 /+13
- Junho: +45 /+40
- Julho: +62 / +52
- Agosto: +120 / +107
2022 (vendedor/ comprador)
- Fevereiro: +52 /+38
- Março: +20/ +29
- Abril/Maio: +29/ +18
- Junho/Julho: +50/+32