Os futuros da soja na bolsa de Chicago registraram nesta quinta-feira, 18, queda de mais de 6 centavos no pregão noturno, fruto de uma previsão de melhora no clima no hemisfério norte, que facilita o tráfego de embarques e reduz a pressão nos prêmios internos nos EUA.
No hemisfério sul, os prêmios da soja caíram consideravelmente nos portos, reduzindo o preço FOB Cargos e trazendo um desconto considerável entre a soja brasileira e norte-americana. Na Argentina, o clima permanece no radar trazendo incertezas para os fundos e demais players.
- Abertura de 18/2/21
- Soja (março 21): US$ 13,79 (-4,6 cents/ bushel)
- Soja (maio 22): US$ 11,5 4 (-1,0 cents/bushel)
- Milho (março 21): US$ 5,50 (-3 cents/bushel)
- Milho (setembro 21): US$ 4,81 (-2,4 cents/bushel)
- Milho B3: R$ 86,80 (-0,20)
Comentário
A AgResource acompanha de perto a produtividade das primeiras colheitas de soja brasileira com resultados que estão sendo decepcionantes para muitos produtores em Mato Grosso e Paraná, mas ainda é preciso cautela e aguardar pelo menos 10 dias para determinar com clareza uma tendência.
Se o aumento dos níveis de prêmios dos EUA se mantiverem firmes (registrando hoje a melhor média nacional desde 2013), o ritmo da demanda continuar apertado e o clima adverso se materializar para a América do Sul, os futuros serão sustentados em Chicago, com potencial de alta ao longo de março.
Clima
Os modelos climáticos europeu (EU) e norte-americano (GFS) seguem em convergência nas previsões, o que garante uma maior assertividade. O tempo seco deve persistir em toda a Argentina e no Sul do Brasil enquanto chuvas de normal a acima da média continuam na região central e Norte do país.
A principal preocupação da AgResource é com o estresse da safra. Isso porque o país vizinho plantou milho e soja em um momento mais tardio e as lavouras alcançarão estágios críticos de crescimento nos próximas 3-4 semanas. Já a soja no Rio Grande do Sul e Santa Catarina começará a encher vagens em meados de março.
As chances de revisões para baixo da safra sul-americana permanecem elevadas e a preocupação comercial aumentará seguindo o próximo fim de semana sem uma mudança no padrão climático.
Prêmios
O mercado de prêmios no Brasil “derreteu” durante a quarta-feira, 17. Pela primeira vez desde 2014, o mercado FOB negociou descontos sobre os valores da CBOT. Os embarques para março sobre o vencimento março caíram mais de -20 centavos por bushel, acumulando uma queda de mais de -80 centavos desde outubro.
Vendedores em patamares de +10 c/bu centavos acima do vencimento março 2021 na CBOT e compradores em torno de -5 c/bu centavos acima do mesmo vencimento. Foi relatado por traders negócios de +5 centavos acima da CBOT para embarques março. O motivo deste problema são os entraves logísticos que estamos observando no interior.
As fortes chuvas na região Norte do país têm causado complicações no cumprimento de embarques. Caminhões carregados com grãos enfrentam trânsito intenso para descarregar em Miritituba (PA), onde as cargas seguem até os portos do Pará e Amapá.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a situação ocorre em função das chuvas e do aumento do tráfego diante de um momento de início de colheita da safra. A expectativa é que estes problemas continuem à medida que a colheita da oleaginosa no Centro-Oeste avança e diante de uma previsão do tempo que indica chuvas expressivas na região central e Norte do Brasil.
O lineup da soja nos portos passa de 19 milhões de toneladas, encurtando a janela de embarques, encarecendo os fretes e sendo repassados para os prêmios FOB portos.
O lineup prevê 7,993 milhões de toneladas de soja para fevereiro. Porém, a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) está considerando um número entre 6 milhões de toneladas e 7,993 milhões de toneladas, informado nesta quarta, 17.
PAPER PARANAGUÁ
2021 comprador (bid ) /vendedor (offer)
Março: -5 // +10
Abril: +20 // +20
Maio: +10 // +30
Junho: +37 // +50
Julho: +50 // +60
Agosto: +100 // +120
2022
Fevereiro: +65 +60
Março: +45 +33