Os futuros da soja e do milho na Bolsa de Chicago sobem com vigor, impulsionados pela seca generalizada esperada ao longo da semana na Argentina. Os modelos climáticos norte-americano e europeu convergem com consistência para os bolsões de seca ao longo das principais províncias produtoras, afetando diretamente as lavouras em seu principal período de enchimento de vagens e estágio fenológico.
Na China, os futuros do óleo de soja e do farelo sobem consideravelmente, dado a rápida diminuição do estoque de farelo e óleo, gerada pelo aumento da necessidade de consumo de ração pós feriado lunar e de consumo de óleos comestíveis pós feriado.
Devido ao forte consumo de derivados, processadoras chinesas reportaram aumento de 1,19 milhão de toneladas no esmagamento da semana passada, um salto de 361% pós feriado lunar. Esse foi um dos motivos pela forte queda nos derivados ao longo da semana passada.
Soja
Março 21: US$ 14,19 (+13,6 cents/bushel)
Maio 21: US$ 14,17 (+13 cents/bushel)
Março 22: US$ 11,97 (+7,6 cents/bushel)
Maio 22: US$ 11,90 (+8,6 cents/bushel)
Milho
Maio 21: US$ 5,47 (+0,6 cents/bushel)
Setembro 21: US$ 4,91 (+1,6 cents/bushel)
Setembro 22: US$ 4,41 (+0,2 cents/bushel)
B3 Março 21: R$ 88,40 (+0,28%)
Comentário
A AgResource orienta acompanhar as atualizações climáticas na Argentina pois caso alguma outra chuva significativa aconteça repentinamente nesta e na próxima semana, haveria certo tempo para recuperar parte da safra, fato que poderia diminuir os impactos na produção. Mas, se o padrão mais seco continuar sem interrupções, haverá uma queda no potencial produtivo para a soja e milho.
Clima
Temporais localizados surpreenderam produtores do sudeste de Córdoba, sul de Santa Fé e noroeste de Buenos Aires. As imagens de satélite indicam que o total de chuvas pode ter chegado a 110 milímetros.
Apesar disso, a última avaliação do solo da Argentina realizada neste domingo, 28, mostra uma seca crescente na camada superficial do solo. As perspectivas não são muito favoráveis para os agricultores e há uma tendência de tempo quente e seco nos próximos 10 a 13 dias. Além disso, as altas temperaturas, de até 32ºC irão acelerar a diminuição de umidade.
No Brasil, o tempo seco, que ajudou a maturar a soja e permitiu que a colheita do milho verão ganhasse ritmo, será amenizado. Há previsão de chuvas entre 50 e 150 milímetros no Sul do Brasil para os próximos 10 dias, podendo chegar a 200 milímetros em algumas áreas até o dia 10 de março.
Em Mato Grosso, as precipitações seguem atrasando o plantio da segunda safra e os trabalhos de colheita da soja. Neste fim de semana, também choveu no norte e leste de São Paulo, fato que ajudou a aliviar o tempo seco, no oeste e sul de Minas Gerais.
A maior parte do Brasil terá períodos de chuva dos próximos dez dias a duas semanas, o suficiente para ajudar no desenvolvimento da lavoura. No entanto, essa umidade vai interferir no progresso da colheita.
Prêmios
O mercado de prêmios no Brasil permaneceu pressionado, com poucas mudanças durante o fechamento da sexta-feira, 26, e indicadores de compra com desconto em relação a CBOT. Foram reportados interesse tanto por parte dos originadores como da oferta, porém não foram confirmadas negociações no mercado.
O motivo da pressão tanto nos embarques para março com vencimento em março em Chicago como nos embarques para abril com vencimento maio continuam sendo os problemas logísticos no porto ocasionados pelo atraso da colheita, o lineup (programação de embarques nos portos) aumentando e a presença da China quase ausente.
PAPER PARANAGUÁ
2021 (vendedor/ comprador)
Março: +10 / -10
Abril: +18 / 0
Maio: +26 /+15
Junho: +48 /+40
Julho: +68 / +55
Agosto: +125 / +100
2022 (vendedor/ comprador)
Fevereiro: +56 /+37
Março: +56/ +19
Abril/Maio: +32/ +18
Junho/Julho: +40/+31