Os contratos futuros da soja e do milho em Chicago abriram o pregão desta segunda-feira, 8, com altas expressivas. Durante o pregão noturno, a soja rompeu a importante resistência de US$ 14,50 e disparou novas compras. Este foi o maior patamar da oleaginosa na CBOT desde junho de 2014.
O mercado repercute também a perspectiva de clima seco na Argentina para os próximos dias. As atualizações climáticas para a América do Sul continuam indicando altas temperaturas e baixos acumulados de chuva.
Além disso, o petróleo rompeu o patamar de US$ 70 o barril, o que faz com que a demanda por óleos vegetais, como o de soja e de palma, aumente. Os futuros do óleo de palma, por exemplo, atingiram o maior nível dos últimos 10 anos.
Vale lembrar também que o mercado aguarda o relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado nesta terça-feira, 9.
Soja
Maio 21: US$ 14,42 (+12,6 cents/bushel)
Março 22: US$ 12,22 (+4,6 cents/bushel)
Maio 22: US$ 12,17 (+6 cents/bushel)
Cepea: R$ 174,34 (+1,37%)
Milho
Maio 21: US$ 5,48 (+2,6 cents/bushel)
Setembro 21: US$ 5,00 (+1,6 cents/bushel)
B3 Março 21: R$ 90,90 (0,00%)
Cepea (PR): R$ 89,07 (+0,54%)
Comentário
A perspectiva de oferta de grãos na América do Sul está diminuindo com o padrão climático extremamente quente e seco desde o fim de janeiro. Com isso, Chicago deve adicionar um “prêmio climático” ao preço já que com esse cenário, a demanda para exportação de soja e milho deve aumentar nos Estados Unidos.
Sobre a nova safra norte-americana, o mercado começa a olhar para as previsões do tempo no país, já que o início da semeadura em algumas regiões deve iniciar em algumas semanas.
A importância do clima na região central dos Estados Unidos na determinação dos preços da nova safra está aumentando e o tempo seco em algumas áreas das planícies é preocupante para o trigo. Fundos de investimentos buscam aumentar posições como rotação de carteiras diante do iminente início da temporada pré-plantio, período marcado por forte volatilidade sazonal. A posição comprada dos fundos no complexo agrícola atinge o maior nível dos últimos 9 anos.
Clima
Neste fim de semana, áreas da Argentina passaram sem chuvas expressivas e altas temperaturas. Regiões do cinturão produtor, como partes de Córdoba, Santa Fé e Buenos Aires não registraram precipitações e tiveram calor de até 32°C. Com isso, a perspectiva é que as culturas que estão em importante fase de desenvolvimento (soja, mas principalmente o milho) devem sofrer novos estresses, com possibilidade de diminuição no potencial produtivo.
No Brasil, chuvas atingiram todo o Centro-Sul no fim de semana. Áreas do centro de Mato Grosso e Paraná, sul de Minas Gerais e norte de São Paulo foram as que mais receberam precipitações, com acumulados de entre 40 e 70 milímetros.

Nos próximos 10 dias, as chuvas devem atingir São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Tocantins. Apesar de contribuir com a implantação da segunda safra de milho, a condição climática irá atrapalhar mais uma vez a colheita da soja. No estado mato-grossense, produtores relatam avaria nos grãos e umidade de até 26%, quando o ideal seria entre 16% a 18%.
Prêmios
Os prêmios da soja continuam sob pressão dado o progresso da colheita em muitos estados e com o início da colheita de soja no Rio Grande do Sul, tirando indicações de compras firmes, ao passo que a prioridade é no cumprimento de embarques já comprometidos.
Após uma semana de alta volatilidade, o dólar fechou em alta de 0,44%, sendo cotado a R$ 5,68, o que junto com a combinação de alta na CBOT incentivou o interesse de vendas de produtores brasileiros durante a semana.
Indicações de compra para março sobre o vencimento março na CBOT foram de -20 centavos/bushel. Assim também os indicadores de venda apresentaram queda de 3 centavos/ bushel, a +2 centavos/ bushel para embarques março no mesmo vencimento na CBOT em referência ao último indicador reportado.
O volume total comprometido de soja nos portos, até a sexta-feira, 5, alcançou novo recorde.
PAPER PARANAGUÁ
2021 (vendedor/ comprador)
- Março: + 2 / -20
- Abril: -1 / -10
- Maio: +7 /-4
- Junho: +39 /+32
- Julho: +55 / +47
- Agosto: +119 / +95
2022 (vendedor/ comprador)
- Fevereiro: +45 /+35
- Março: +25/ +16
- Abril/Maio: +24/ +15
- Junho/Julho : +50/+32