Os futuros da soja operam com ganhos nesta sexta-feira, 5, na esteira da alta dos futuros do milho em Chicago, que sobem quase 10 centavos/bushel nos vencimentos curtos. O vencimento maio 2021, referência para a soja spot, abriu o dia cotado a US $14,10/ bushel, atingindo máxima de US$ 14,21 e atualmente operando com ganhos de 3 centavos/ bushel cotado a US $14,13 bushel.
Modelos climáticos convergindo na continuidade de seca na Argentina até o dia 15 de março sustentam os futuros do óleo de soja, que continuam a subir no pregão de hoje. Somamos a esse padrão, o rally do petróleo, que continua a sustentar a demanda para biocombustíveis, dando assim maior valor para a soja no esmagamento.
O importante nesse momento é avaliarmos a sustentação dos futuros sobre o suporte de US$ 14,00. Um rompimento desse suporte poderia levar a uma liquidação técnica de fundos até novos fundamentos da oferta voltarem a se intensificar.
Soja
Maio 21: US$ 14,13 (+2,75 cents/bushel)
Março 22: US$ 12,09 (+1,25 cents/bushel)
Maio 22: US$ 12,02 (+1,25 cents/bushel)
Milho
Maio 21: US$ 5,38 (+5,6 cents/bushel)
Setembro 21: US$ 4,95 (+3,5 cents/bushel)
B3 Março 21: R$ 89,28 (+0,63%)
Cepea: R$ 88,59 (+1,76%)
Comentário
Sem novas mudanças na projeção de safra da Argentina, já que a Bolsa de Cereais de Buenos Aires não cortou a expectativa de produção, o mercado volta as atenções para o clima na América do Sul e para o relatório de intenção de plantio do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Os mapas climáticos da Europa e dos Estados Unidos divergem sobre a possibilidade de chuvas em áreas produtoras da Argentina neste fim de semana, que estão em importante fase de desenvolvimento e estabelecimento do potencial produtivo. Uma profunda seca no país vizinho produziria novas máximas aos preços.
Outro tema importante é o relatório de semeadura do USDA, que deve sair no fim de março. No evento Agricultural Outlook Forum, que aconteceu no mês passado, foi indicado uma área plantada de milho em 92 milhões de acres (37,23 milhões de hectares) nos EUA, queda em relação ao ano passado.
Para a soja, são esperadas 90 milhões de acres plantados (36,42 milhões de hectares). Vale lembrar que estas projeções são “semi-oficiais” pois não são realizadas através de pesquisa e levam em conta as atuais perspectivas do mercado e de safra.
No final deste mês, o plantio de milho deve começar no sudeste/centro-sul dos EUA, por isso será importante o acompanhamento do clima neste país, que deve definir uma área recorde de milho e soja nesta safra 21/22.
Pelo momento, os modelos climáticos apresentam um padrão seco em expansão nas planícies norte-americanas ( Colorado, Kansas, Nebraska, Texas e Oklahoma) enquanto há perspectiva de chuvas excessivas no sudeste / Delta do território.
Clima
As chuvas seguem atingindo regiões de Mato Grosso e Goiás, atrasando assim os trabalhos de campo nestas regiões. Nas últimas 18 horas, precipitações de até 15 milímetros atingiram estas regiões. Vale lembrar que produtores de soja relatam avaria nos grãos e alguns devem até deixar de plantar o milho segunda safra por conta dos riscos de semeadura fora da janela. No Rio Grande do Sul, chuvas de até 24 milímetros atingiram a região central e sudeste. Na Argentina, precipitações de até 24 milímetros atingiram a parte central de Santa Fé. Áreas de Córdoba e Buenos Aires não registraram chuvas e continuam com tempo seco.
Os modelos climáticos norte-americano (GFS) e europeu (UE) discordam sobre as precipitações temperaturas na América do Sul após 13 de março. A previsão, segundo o modelo dos EUA, indica que poucas chuvas irão cair no cinturão agrícola da Argentina, com aproximadamente 25 milímetros até 18 de março. Já o modelo climático europeu sugere melhores precipitações no próximo fim de semana. Porém, a confiança nestes mapas são baixas e devem ser acompanhadas de perto.
O modelo da UE sugere precipitação no próximo fim de semana, mas a confiança deste mapa está baixa em meio a uma mudança tão abrupta no clima. Tirando este caso de chuvas neste fim de semana, o modelo europeu concorda com o norte-americano de que até o fim da próxima semana haverá tempo seco e altas temperaturas em toda a Argentina.
Prêmios
Os prêmios FOB portos Santos/Pga operou variou ao tom da volatilidade do dólar e de altas expressivas nos futuros da Soja durante quinta-feira, 4, com negociações reportadas para embarques em abril/ julho, porém registrando cotações mais baixas em referência ao dia anterior.
Os prêmios continuam pressionados no mercado paper FOB Paranaguá indicando queda de 10 centavos/bushel para embarques março vencimento março na CBOT. No lado da oferta, as referências para embarque em abril sobre vencimento maio na CBOT também registraram queda de 3 centavos, a -8 centavos/bushel em referência aos indicadores de compra reportado no dia anterior. A referência de base de exportação FOB Santos para embarques em abril sobre o vencimento maio na CBOT também apresentou queda de 7 centavos/ bushel a +13 centavos/ bushel.
PAPER PARANAGUÁ
2021 (vendedor/ comprador)
- Março: + 5 / -10
- Abril: -2 / -8
- Maio: +7 /+0
- Junho: +40 /+30
- Julho: +55 / +50
- Agosto: +120 / +95
2022 (vendedor/ comprador)
- Fevereiro: +52 /+35
- Março: +25/ +20
- Abril/Maio: +25/ +15
- Junho/Julho : +50/+32