Na última quarta-feira, 17, o COPOM (Comitê de Política Monetária) decidiu elevar a Selic (taxa básica de juros) em 0,75 pontos percentuais, trazendo a taxa anualizada de 2% para 2,75%. Este aumento interrompeu um ciclo de cortes que teve início em julho de 2015, um ano que tínhamos a Selic em 14,25% a.a.
Após o início do ciclo de cortes, percebemos uma enorme transferência recursos da renda fixa para a renda variável, pois, ao cortar a taxa básica de juros, o investimento na renda fixa perde sua atratividade, fazendo com que os investidores procurem outras formas de investimento com rendimentos mais atrativos e o mercado que oferta uma boa relação risco/retorno é o da renda variável.
O efeito do aumento da Selic faz com que a moeda americana se desvalorize frente ao real, devido à injeção de dólares na economia brasileira pelos investidores estrangeiros, podendo ser por meio da moeda ou até mesmo títulos. Com o aumento de oferta de dólares no mercado nacional, a moeda americana sofre uma forte desvalorização.
Em momentos de alta inflacionária, como é a que presenciamos hoje no Brasil, o COPOM tem como ferramenta à sua disposição o aumento da Selic. Com isso os bancos são forçados a aumentar a taxa de juros dos empréstimos. Dessa forma, o consumo tende a ser reduzido, trazendo um equilíbrio entre o excesso de demanda que tínhamos antes, a um nível menor após a alta dos juros, fazendo com que o preço dos produtos tenha uma redução.
Esperamos que o Banco Central volte a retomar um ciclo de alta da Selic, principalmente para conter a inflação no curto e médio prazo. Espera-se que já em dezembro tenhamos uma taxa a 4%, com aumentos gradativos durante as reuniões do COPOM que ainda estão por vir.